Jogadora mais vitoriosa da história do vôlei feminino brasileiro, Fofão conhece como poucos o caminho até o topo. Em 17 anos de seleção, a ex-levantadora dona de três medalhas olímpicas - dois bronzes e um ouro -, atravessou diferentes processos de renovação com a seleção. Em Cuiabá no último fim de semana para a etapa final do Grand Prix, a eterna camisa 7 aprovou o novo time que começa a ser formado por José Roberto Guimarães para o ciclo olímpico de Tóquio 2020 e fez um alerta: é preciso ter paciência com o grupo neste momento.

- Essas meninas precisam de tranquilidade. Não é o momento de cobrar demais. É uma fase de renovação, de dar experiência, oportunidades. Então, acho que elas não têm que carregar nenhum peso, têm que ter a tranquilidade para fazerem o trabalho da melhor maneira possível. E tenho certeza que o Zé vai conseguir montar uma base que vai até 2020, que é o objetivo maior dessa seleção que está começando agora - disse Fofão.

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Embaixadora de um dos patrocinadores da seleção, a ex-jogadora assistiu de perto à vitória por 3 sets 1 sobre os Estados Unidos, neste domingo, que garantiu a vaga brasileira na Fase Final do Grand Prix. Para Fofão, a situação de extrema pressão que o time enfrentou - derrota significaria a eliminação -, é fundamental para o crescimento das mais novas.

- Elas estão tendo uma oportunidade maravilhosa. Encarar essa pressão toda. Todo mundo acha que é fácil jogar em casa, mas não é. A pressão é enorme. Elas passarem por isso, vivenciarem isso, vai ajudar muito no amadurecimento de todas.

Uma das jogadoras que está experimentando esse tipo de situação pela primeira vez com a camisa da seleção é Roberta, que ganhou a oportunidade no time titular após o pedido de dispensa de Dani Lins, que está afastada do vôlei com objetivo de ser mãe. Para Fofão, a levantadora de 27 anos tem mostrado evolução e precisa apenas de mais confiança para se firmar.

- Aos poucos, a Roberta está evoluíndo. A Dani Lins deixou essa vaga aberta e ela está aproveitando. Ainda acho que tem muita coisa para crescer, mas está amadurecendo. O que falta é só acreditar um pouquinho mais nela mesma. Essa experiência como titular vai fazer uma grande diferença. Vejo que ela está tentando mudar uma característica, que era a dificuldade para trabalhar com as centrais. Isso é um bom sinal. Daqui para a frente, é confiar - concluiu Fofão.

Classificado para a Fase Final do Grand Prix, o renovado time do Brasil embarca nesta terça-feira para Nanjing, na China, onde as disputas começam no próximo dia 2 de agosto. Além das brasileiras, também estão nas finais as anfitriãs chinesas, a Sérvia, os Estados Unidos, a Itália e a Holanda.